domingo, 3 de novembro de 2013

O DESENCANTO - MANUEL BANDEIRA

O DESENCANTO

Eu faço versos como quem chora
 De desalento. . . de desencanto. . .
 Fecha o meu livro, se por agora
 Não tens motivo nenhum de pranto.
 Meu verso é sangue. Volúpia ardente. . . 
Tristeza esparsa... remorso vão... 
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
 Cai, gota a gota, do coração.
 E nestes versos de angústia rouca,
 Assim dos lábios a vida corre,
 Deixando um acre sabor na boca. 
– Eu faço versos como quem morre. 

(Manuel Bandeira)


TEXTO COLETIVO

Poema Desencanto
 No poema “Desencanto”, o poeta descreve com tristeza e utilizando recursos metalingüísticos , que significa a utilização do código ( Língua Portuguesa) para falar como ele cria uma poesia , ou seja , como quem chora , como quem está para morrer. Veja neste pequeno trecho do poema : “Eu faço versos como quem chora De desalento ... de desencanto... Fecha o meu livro , se por agora Não tens motivo nenhum de pranto(...) -Eu faço versos como quem morre.” Isto significa que o poeta elaborava poesias a partir do sofrimento que passou ou que ainda vivia. Como Manuel Bandeira vivia muito doente pois sofria de uma doença incurável para a época em que viveu , a tuberculose , a qual matava mesmo . Percebe-se nitidamente em suas poesias o que ele vivenciava . O desencanto perante a vida aparece em várias poesias dele que achava que morreria cedo .Ao contrários do que pensava morreu já com mais idade. Em outro trecho do poema , Manuel Bandeira diz : “...Tristeza esparsa ... remorso vão ... Dói-me nas veias. Amargo e quente, Cai , gota a gota do coração.” Neste trecho , assim como o anterior, é descrito claramente um sentimento de tristeza , um sentimento de dor , que foi vivenciado por ele. Acreditamos que o motivo dessa tristeza demonstrada por Manuel Bandeira , seja primeiramente , a doença que ele tinha a tuberculose ( como dito anteriormente) e também por causa das perdas familiares que Manuel teve , como a mãe em 1916 , a irmã em 1918 e o pai em 1920 .


VÍDEO


(Caso o vídeo esteja indisponível por direitos autorais, segue o link: http://www.youtube.com/watch?v=lwo4RAqB8Z0&feature=youtu.be)


GLOSSÁRIO

Desalento: Falta de alento, de ânimo; DESÂNIMO
Pranto: 1. Choro intenso. [Ant.: riso.]
2. Lamentação, queixa.
3. Lit. Antigo gênero de poesia elegíaca que lamentava a morte de alguém, esp. de pessoas queridas ou notáveis.

Volúpia: 1. Prazer sensorial, desfrute de percepções e sensações prazerosas; SENSUALIDADE 2. Grande prazer sexual
Remorso: Sentimento de culpa e angústia que advém do arrependimento por algo que se fez contra alguém.

Esparsa: 1. Que não está junto, que está solto (cabelos esparsos); DISPERSO; ESPALHADO
2. Que foi divulgado, vulgarizado (escritos esparsos).
3. Que está disperso, espalhado, ger. escasso

Angústia: 1. Ansiedade intensa; AFLIÇÃO; AGONIA
2. Sofrimento
3. Psiq. Medo sem causa identificada
4. Estreiteza, aperto.

Acre: 1. De sabor azedo, adstringente ou amargo, que provoca crispação dos tecidos da cavidade bucal; diz-se desse sabor (fruta acre; gosto acre)
2. De cheiro forte e penetrante; diz-se desse cheiro (perfumes acres; cheiro acre)
3. Penetrante, pungente (diz-se de som); que tem esse som (som acre; melodia acre)
4. Indelicado, ríspido (humor acre)
5. Que causa amargura, angústia

FONTE : http://aulete.uol.com.br/site.php?mdl=aulete_digital


MINI BIOGRAFIA - MANUEL BANDEIRA





Filho do engenheiro Manuel Carneiro de Sousa Bandeira e de sua esposa Francelina Ribeiro, era neto paterno de Antônio Herculano de Sousa Bandeira, advogado, professor da Faculdade de Direito do Recife e deputado geral na 12ª legislatura e Tinha dois tios reconhecidamente importantes, sendo um,João Carneiro de Sousa Bandeira,e o outro, Antônio Herculano de Sousa Bandeira Filho.
No Rio de Janeiro, para onde viajou com a família, em função da profissão do pai, engenheiro civil do Ministério da Viação, estudou no Colégio Pedro II. Em 1904 terminou o curso de Humanidades e foi para São Paulo, onde iniciou o curso de arquitetura na Escola Politécnica de São Paulo, que interrompeu por causa da tuberculose. Para se tratar buscou repouso em Campanha,Teresópolis e Petrópolis. Com a ajuda do pai, foi para a Suíça, onde esteve no Sanatório de Clavadel, onde permaneceu de junho de 1913 a outubro de 1914. Em virtude do início da Primeira Guerra Mundial, volta ao Brasil. Ao regressar, iniciou na literatura, publicando o livro "A Cinza das Horas", em 1917, numa edição de 200 exemplares, custeada por ele mesmo. Dois anos depois, publica seu segundo livro, "Carnaval".
Em 1935, foi nomeado inspetor federal do ensino e em 1936, foi publicada a “Homenagem a Manuel Bandeira”, coletânea de estudos sobre sua obra.
De 1938 a 1943, foi professor de literatura no Colégio D. Pedro II, e em 1940, foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras.
Manuel Bandeira faleceu no dia 13 de outubro de 1968, com hemorragia gástrica, aos 82 anos de idade, no Rio de Janeiro, e foi sepultado no túmulo 15 do mausoléu da Academia Brasileira de Letras, no Cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro.

Álvaro Vitor Vilela de Aquino nº01
Elison Braian Zanin do Prado Silva nº08
Felipe Medeiros Mendes nº11
Gabriel Souza Alvarenga nº14
Igor de Souza Messias nº20
Lucas Vinicius Mantovani nº23

6 comentários:

  1. Achei muito interessante o trabalho de vocês, não só o poema, que é muito bonito, mas também o vídeo que ficou muito bacana!

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  2. Esse poema do Manuel Bandeira é triste mas é bonito, gostei muito do vídeo de vocês porque facilitou o entendimento do vídeo!

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  3. Muito Bom, já fiz um trabalho sobre Manuel Bandeira sobre o livro Antologia Poética, onde reúne todos os poemas do autor, e esse era um dos poemas mas tristes onde ele diz que faz seus versos como quem morre...E o video ficou muito bom!! =D

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  4. muito bom galera,esse é um verdadeiro poeta que mostra o que sente em cada poema.gostei da foto
    bjos

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  5. Imagino ele escrevendo isso com o próprio sangue, caindo gota a gota e com um pincel ele escrevia cada palavra com a mesma dor que sentia quando via seu sangue sumindo em letras.
    Esse desencanto que ele descreve é um desencanto pela vida, como se já estivesse cansado dos problemas e dores da vida e no ultimo momento, se matasse.

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  6. O video de vocês ficou bem criativo, conseguiram interpretar conforme o poema , adorei !!

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